Ônibus que circulam por Campo Grande apresentam problemas de conservação
quarta-feira, 10 de abril de 2013A circulação de ônibus depreciados passou a preocupar ainda mais os passageiros após o acidente que deixou sete mortos no dia 2 de abril, quando um ônibus caiu de um viaduto sobre a Avenida Brasil, no bairro da Ilha do Governador.
Além dos problemas apresentados nas composições da empresa Paranapuan S/A, que está na mira do Ministério Público, Contatamos problemas que afetam outras empresas. Não é preciso muito tempo para verificar que frotas da Viação Andorinhas e da Rio Rotas, por exemplo, também apresentam cenário arriscado.
Os carros com numeração entre 292 e 299, que fazem a linha 790 (Cascadura/Campo Grande) estão circulando sem o documento obrigatório de vistoria, que deveria estar dentro de um compartimento plástico ao lado do motorista. “Estamos circulando há mais de um ano sem o documento”, admitiu um motorista, que está apreensivo.
Outras linhas, como a 926 (Senador Camará/Penha), estão com bancos rasgados, pneus carecas, instalações elétricas danificadas e expostas, eixos de molas quebrados, vidros, tetos e paredes rachadas, além de problemas mecânicos decorrentes da falta de óleo hidráulico e outros itens essenciais à manutenção dos carros, segundo os próprios condutores.
O serviço no bairro de Campo Grande é precário segundo os usuários.
A Viação Andorinhas, que administra a Rio Rotas, comunicou que não havia denhum responsável disponível para prestar esclarecimentos.
“Da mesma maneira que eles não irão falar com vocês, não falam conosco também. Disse que o teto estava rachado e que, nos dias de chuva, eu preciso dirigir abrindo um guarda-chuva, mas eles riram e não fizeram nada”, denúncia um dos motoristas.
Para a aposentada Maria Aparecida, 62 anos, no começo o problema era visto com ironia, até quando o ônibus que a transportava para a Barra bateu.
“A gente ria, até que o veículo bateu num poste enquanto o motorista tentava limpar os olhos da água que escorria do teto em seu rosto”, disse ela.
Nesta terça-feira, o arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, celebrou missa na capela do Hospital de Bonsucesso em homenagem às sete vítimas do acidente na Avenida Brasil.
Delegado conclui inquérito, que chega nesta quarta-feira ao MP
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o motorista do ônibus 328 (Bananal/Castelo), André Luiz Souza Oliveira, recebeu alta nesta terça-feira do Hospital Estadual Getúlio Vargas, onde estava internado. O suporto agressor, Rodrigo dos Santos Freire, de 25 anos, permanece internado no Hospital Miguel Couto com traumatismo na face.
De acordo com o delegado José Pedro Costa, titular da 21ª DP (Bonsucesso), responsável pelas investigações, o inquérito será entregue nesta quarta-feira ao MP e os dois foram indiciados por homicídio doloso e tentativa de homicídio.
“Colhemos os depoimentos necessários à investigação. Junto a isso, o velocímetro do ônibus mostra que o motorista estava a 32 km/h. Não houve um acidente de trânsito. Houve uma briga em que os dois assumiram o risco pela culpa do que aconteceu”, disse.
Fonte: O Dia
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